"A situação está fora de controle. Se não houver o reflorestamento, os danos ambientais serão irreversíveis", disse Christian Berlink, administrador do parque.
O incêndio tem origem criminosa --e o forte calor ajuda a propagar as chamas. Segundo bombeiros e voluntários que atuam no combate aos focos, agricultores e garimpeiros costumam provocar incêndios ao preparar a terra para plantações e escavações.
Levantamento parcial do Corpo de Bombeiros da Chapada revela que os primeiros focos surgiram há quase um mês, em 20 municípios que integram o parque ou seu entorno.
Nos últimos dias, porém, a ação do fogo foi mais intensa e esteve concentrada em 11 cidades, queimando casas, material de irrigação, cercas e animais.
"Existe um comprometimento geral do ecossistema da região. Já há animais mortos e outros certamente devem morrer de fome ou de sede", disse Cezar Gonçalves, analista do Instituto Chico Mendes.
De acordo com ele, o parque abriga 370 espécies de aves. "Como esta é uma época de reprodução, certamente dezenas de aves deixaram de nascer porque o fogo destruiu os ninhos, que geralmente estão localizados nas copas das árvores. Além disso, nossos técnicos constataram mortes de répteis e de mamíferos."
Desses 11 municípios, em cinco --Palmeiras, Lençóis, Andaraí, Mucugê e Ibicoara-- a situação é de calamidade pública, segundo Gonçalves.
O combate às chamas está sendo feito por 192 pessoas -150 bombeiros e voluntários e 42 moradores contratados, pois conhecem bem o parque. O efetivo conta ainda com quatro aviões pequenos, dois helicópteros e um Hércules da FAB (Força Aérea Brasileira).
Da Folha OnLine
LUIZ FRANCISCO da Agência Folha, em Salvador
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