domingo, setembro 27, 2009

Seria muita petulância minha me meter em assuntos de outro país".

"Não sou obrigado a não gostar de alguém porque outros não gostam" . De Lula em defesa de Ahmadnejad

Lula anuncia visita e defende iraniano

Presidente afirma que eleição de Ahmadinejad, que chega em novembro, foi legítima e diz que irá a Teerã

Gustavo Chacra - Estadão

''O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou a visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil em novembro e acrescentou que irá ao Irã no fim de 2010. A afirmação foi feita em entrevista a repórteres brasileiros depois de se reunir com o líder da república islâmica.

Para Lula, criticado por se reunir com Ahmadinejad, que questiona a ocorrência do Holocausto, "não é constrangimento nenhum se reunir com o líder iraniano". Sobre o programa nuclear do Irã, acusado por alguns países de estar desenvolvendo armas atômicas, Lula defendeu que o país tenha direito de usar a energia apenas para fins pacíficos, como no Brasil. Membros do governo de Barack Obama disseram que Lula poderia servir como um bom interlocutor na questão nuclear.

Questionado pelo Estado se, no encontro com Ahmadinejad, ele conversou sobre as acusações de fraude eleitoral na eleição iraniana de junho, o presidente brasileiro respondeu que os perdedores nunca se conformam com os resultados nas urnas. "Eu sou um dos poucos que aceitaram suas derrotas. Seria muita petulância minha me meter em assuntos de outro país". Segundo o presidente, 85% dos iranianos participaram da votação. "Que direito tenho eu de questionar o resultado eleitoral?"

Em seguida, citou o exemplo do México, onde também surgiram suspeitas de fraudes na eleição de Felipe Calderón, quando ele derrotou o rival Manuel López Obrador. "Ali ninguém falou nada", disse.

O Estado retrucou dizendo que, no México, ao contrário do Irã, não foram detidas centenas de pessoas, com acusações de tortura. Lula preferiu concluir dizendo que "houve uma eleição e teve um resultado". "O resto é coisa do passado", disse.

O presidente disse condenar o Holocausto, "onde morreram milhões de pessoas", mas não tocou no assunto na reunião com Ahmadinejad. "Não sou obrigado a não gostar de alguém porque outros não gostam", afirmou. "É um diálogo entre o Estado brasileiro e o iraniano, dois países amigos." Na avaliação do presidente, o Irã é um país muito importante. "Ele tem muito petróleo e temos de vender muito para eles."
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Eu acho que o Lula está certo. Há uma enorme identificação entre eles. Onde já se viu não se gostar de alguém que possuí tantos pontos em comum conosco? Lula gosta dele e ele gosta de Lula...e os outros que se explodam ou melhor, sejam "explodidos".
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Boicote

Delegação canadense deixa a Assembleia-Geral da ONU enquanto o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, prepara-se para falar. Representantes de diversos países, entre eles os EUA, abandonaram o plenário num boicote contra discurso radical de Ahmadinejad.

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